quinta-feira, 19 de abril de 2012

Condensado

A súplica da xícara de café,
Fumaça mórbida e declinado ao ar.
Cheiros intrépidos e concisos num arder de fogo:
Fumaça e fogo e fumaça!
Óperas denegridas e negras e sujas
Árias imprecisas e indecentes,
Aclamam pela justiça imperfeita dos homens.

Caravanas nojentas e branquiais,
Ardência na pele do sol do sol do sol...
Felicidade imprecisa e descalculada do ameno
Tempo de indelicadeza da Caxemira no pescoço:
Talvez um riso malicioso... talvez cheiro acre,
Talvez um amor para me aquecer: talvez.

Enquanto caminho pelos bosques sujos do nada
Preencho o caminho com migalhas de pão
Que, depois, eu mesmo comi.

Escrito a 19 - 04 - 2012