E na mesa, toalha enrolada, riso desgastado.
Satélites sobre suas cabeças de ar,
vírgulas na listas telefônicas
Sapatos virados ao lado da cama.
Um livro na cabeceira
Palpitar diário e seco:
Podridão dos pensamentos...
Medo, muito medo!
Azulejos amontoados,
cheiro fétido dos cordões
E mofo cozido ao vapor do box...
Iluminações indiretas no rosto.
Batom borrado,
TV ligada alucinada,
panela treme e água...
ferve, ferve e explode:
A explosão estremece o estômago dele,
Esfria a louça dela...
e no sono, sexo, livro, roupa, fuça...
espedaça o abajur no abraço.
ele e ela, ela e ele:
quarto abafado, lençol quente,
uma perna no ar
pesadelos incompreendidos.
A 28 de junho de 2013.