domingo, 23 de setembro de 2012

OS SÍMBOLOS E O TRIO

Três ou quatro novidades dos operários
São alojados nas horas e colheres
Enquanto se fala das esquinas e experimentações,
Anuncia a consulta e a assinatura dos botões.
Atormentados fragmentados clãs e facções,
Genuínos, alavancados reinos fétidos.

Tome a mão como cabina telefônica
E a clavícula como incenso e sabonete.
O faro, a aldeia, enquanto se come...
Se fala das sete tribos alojados
Na crina do rio.

20  de setembro de 2012.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

(Dionísio Odeli)

Harmoniosos os porta-copos...
Em que prestei meus serviços
De joelhos.
Aconselhando os pratos
Que tu jogaste no lixo
E me conferi,
Ajeitando as saladas
E os molhos.
Convertido numa pataca.

O raciocínio do osso fálico
Incrustado de crustáceos...
Assoprando o cepilho
E fermentando a cerveja.

Os chaços estão conservados:
Vá-te e pegue a damascena!
Afile a corda e procure
A crina do cavalo e faça
Um exame de urina nele:
- Amarelo-sol.

20 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

OS DESMARQUISMOS DO MAQUINISTA

(Por Dionísio Odeli)


Ô maquinista, desta cafeteria,
Passa logo meu misto-quente...
Não fique acariciando esse teu relógio
Que tenho pressa: Surpreenda-me!

Um copo de gim também pode ser...
Mas não disfarço: assumo meus ponteiros
Enquanto me aliso.
Veio sopa pra mim, e não quero,
Mereço coisa melhor,
Mereço...
Apoio os cotovelos no cano de aquecimento
E tu boceja, deitado na cama de palhas.


17 de setembro de 2012.


domingo, 16 de setembro de 2012


DUAS SAÍDAS NO MESMO DIA

A estas criaturas de trinta anos...
Me pergunto onde risco os fósforos,
Onde está a quitina afoita
E os balanços amargurados
Apoiados em, em algum dia.

A preciosidade é o cálculo renal
Que carrego nas costas...
E a manta de lã que larguei dos ombros
Não é este calor que quero...
Nem um beijo
Apenas salitre do Chile para lavar as mãos.

16 de setembro de 2012

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A JAZIDA DE LIMÃO

(Carlos Eduardo Heinig)


Tu que foste minha caricatura por tantos anos,
Por que me dispensar agora?
Por que desfazer a inimizade?
E laçar os peixes com favas de baunilha.
Não te entendo...

Abençoa os clipes de papel 
E dê aos mendigos para eles,
Para que afaguem um metal vil.
O metal dos meus estômagos
Espalhados pelos dedos.

Tu foste minha amora...
Te mordi e os lábios logo vermelhos
Foram frapês de amianto.
E caucasianos azedos
Nos guetos estendidos por brita
A brita fresca dos teus peitos,
E os cânceres dos teus brincos.


14 de setembro de 2012.




sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PEQUENOS, SOMOS FALIDOS

Minha criatura derrubada
Por um manifesto...
E associada ao suco de laranja
Cozida no não-me-quer
Das lojas de foguete.

Vou me conformando
E aproximando-me dos vidros.
Digerindo dois goles de aguardente,
O sofrimento computado,
A paciência oprimida pelos armários.
Até o dia em que fui para o hospital
Cuspindo osso.

06 de setembro de 2012.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A NONA PARALISIA

(Carlos Eduardo Heinig)

Os dois sobem no monte artificial.
E vão derrubando um ao outro,
Alojando normas e alqueires
E desmistificando o tudo mais.
Anistiar jornais para eles...
Que, no fundo, nem sabem ler.
Essa parede de mundo não sabe
Conquistar dois guarda-chuvas.

06 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OS TERÇOS DE CARIDADE

(Carlos Eduardo Heinig)



Em tempo do mim se compadecer,
Chupar dois gomos de mandarina,
E enervar os clandestinos ultrapassados,
Vou posicionando dois tagarelas
Em cima do poste,
Para o choque elétrico ser mais barulhento.

05 de setembro de 2012
AFINAL


(Carlos Eduardo Heinig)

Dois metrôs-linha
Passaram por cima do meu pé.
Aglutinantes nos olhos,
E eu esperando as unhas estourarem.
Que sonho em vão.

05 de setembro 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

OS CANIBAIS DAS ROCHAS

O meu eu se confere há tempos,
Vai contornando gengivas
E lençóis inexpressivos...
Derrubando meus corpos em molduras
Equilibradas pelas mãos de uma mulher
E a parede se engana ao me soletrar.

Dois grandes planetas esfomeados 
E uma mulher usando um cotonete
E correndo atrás de mim...
Uma rede reabsorvida pelos eventos
E criteriosa enganação entre os meus dentes.
Mas, tu, que me condena...
Experimenta a rodela de limão
E usufrua do anoréxico palato do teu anel.

04 de setembro de 2012.


domingo, 2 de setembro de 2012

A DOR ESTURRICADA DO TER

As claridades esfomeadas do cinema,
Duas cotas mal cotadas no empório.
Sabão em pó na fonte e 
Luz do poste queimada.

As inflorescências indeterminadas...
Duas serpentinas caídas no copo d'água.
E a espera por algo mais excitante que o sol.
E algo mais excitante que o supérfluo trevo.

As agonias dos querubins de roupa de bebê
Num posto de gasolina enchendo um balde
Com o álcool para beber uns goles na estrada.

E tudo mais improvisado no vaso de flores,
As alianças no com com água mesmo
E os olhos com barba por fazer.

02  de setembro de 2012.

sábado, 1 de setembro de 2012

Meus caros leitores,

Quero indicar o meu mais novo blog de resenhas literárias nada convencionais. Habituem-se a vistá-lo.
Sempre haverá livros de todos os modos comentados por mim. Gosto muito de ser a cobaia e ler primeiro, depois indico expressamente aqueles que mais gostei.

Segue o link:

http://www.carloseduardoheinig.blogspot.com.br/

Obrigado.
ANOMALIAS

( Carlus Gehin)


As luzes daquele poste
se aproximam do cadarço.
E vão mostrando a merda que é.
Comover-se. Buscar-se!
Masca um chiclete
E joga no lixo
Esperando que algo bom te salve.

Mas não espere do si,
Um criado satisfatório
Cuspa no chão e pise em cima
Para garantir segurança
dos algemados
E limpar os pulmões
Dos vagabundos encrenqueiros.

30 de agosto de 2012.