domingo, 22 de janeiro de 2012

FALTA AQUELA LÂMPADA NO CORREDOR

Paisana.
Escuro,
A tua respiração no meu pescoço.
Acalma teu rosto de menina,
Que falta luz por aqui,
Não, não é a luz dos teus olhos,
Falta uma lâmpada mesmo. 

Escrito a 22 de janeiro de 2012

domingo, 15 de janeiro de 2012

Inacreditável...

   Infelizmente nós, os brasileiros, fomos brindados com uma "pérola da música" - Ai, se eu te pego - de Michel Teló. Tal música é uma grande representante de um "nada", já que não apresenta  poesia em sua letra. Aliás, trata-se de uma música sem letra; apenas com algumas palavras (inúteis) deliberadamente repetidas.
   Com essa "música" ele faz mais sucesso e como li num jornal, fez mais sucesso em dois meses do que Chico Buarque em tantos anos. No entanto (e ainda bem) esses autores beócios são efêmeros, ou seja, fazem sucesso por alguns meses e depois somem como vieram e grandes autores (que reluzem) são eternos, mesmo que com menos sucessos são valorizados por seus ouvintes. Por conseguinte, as pessoas que escutam uma música como aquela não entendem que estão deturpando o pouco de boa música que escutaram em suas vidas. Lamentável. Lamentável.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A LONA SUJA

Talvez eu devesse me preocupar mais
comigo mesmo
Do que com os pássaros de chumbo
lá de fora.
As minha menores impressões
Sempre foram os maiores momentos.
As longas fugas se esvaíram
Soltando fumaças, gritando em apitos
Com pontas de lança lançadas no laço.

Aqueles mesmos murmúrios mantidos
Enclausurados...
Que decidi libertar a tua poesia
Para que pudesse beijar o meu desejo:
Sou um desgraçado, mesmo...
Nem boca tenho para beijar o beijo,
Tenho apenas taças onde guardo o meu desejo.

Escrito a 10 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DESILUSÃO

Assim que abocanhei meu pedaço de destino
Fui mastigando os traços de amêndoas.
Aquele cheiro cheirava e vinha ao meu nariz
Soprando momentos estupefatos e indignos.
Ah, que tantas ilusões que me envolveram:
Hoje eu sou o melaço da cana...
Busco a garapa e o charuto,
Nesta ordem: a garapa aos desconhecidos
E o charuto aos íntimos
Para que eles possam se entreter com
a fumaça
E fumar um cheiro de desilusão.


Escrito a 12 de janeiro de 2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O VAZIO CONTENTAMENTO DO ABSURDO

Ah, uma casa com portas azuis...
Indecifrável presença, sonho...
Suicídio na beira da grama:
Águas profundas,
O potável das pedras nos bolsos.
Aquele passo e nada mais...
Soluços, estandartes, fita crepe
Beijo baiano.
A sebe úmida e um corpo boiando
Vazio.
Aquele corpo está vazio.
Ele está descontente.
Tem os olhos fundos:
E finalmente flutua nos seus sonhos.
Vai caminhando até o absurdo,
Oitenta porcento absurdo.

Escrito a 29 de dezembro de 2011.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LÚCIDO

Meço a calça com o antebraço...
Em cada passo,
Sinto o desconforto do jeans.
Minh'alma tá presa num tecido.
É a minha camisa de força...

Escrito 20 de julho de 2011

sábado, 7 de janeiro de 2012

Comentário Acerca de Monalisa (Leonardo Da Vinci)


   Uma das obras mais fotografadas do Louvre é, sem dúvida, "La Gioconda" de Leonardo Da Vinci. Mas o que essa obra traz consigo de tão incomum? Nada. Ela é uma obra de arte com toda certeza e tem aspectos interessantes ao serem analisados de perto numa exposição. Mas isso eu posso fazer com o desenho meu que fiz aos sete anos de idade. Obra de arte é obra de arte! Por que este quadro tem de ser mais respeitado que "O balanço" do pintor francês (e muito menos conhecido) Fragonard? (abaixo)


  

   Toda obra de arte tem detalhes, sentimentos dos artistas, das personagens que a compõe. Por que umas ou outras caracterizam uma época? Por que pintores geniais são deixados de lado como: Van Gogh, Dürer, Escher para dar lugar a outros muito mais marqueteiros? Será isso? A popularidade do pintor? Então o mundo está perdido. Deus meu.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Criacionismo

Um fato misturado com fumaça de charuto
Me chamou a atenção,
Uma pequena fatia de bolo no centro da mesa.
Algumas gotas de sangue no chão...
E tudo isso ia se complementando com o cheiro de baunilha.

Parece-me que isso é um fim de tarde quente de verão,
Isso parece-me janeiro, não?
Não sei. Odeio janeiro.
Ah, adoro janeiro...
O meu criacionismo
E não creacionismo...
Tantos ismos
Que nem mesmo a baunilha sabe quem é.
Não quem foi...
Nem sei quem sou,
Nem quem fui.
Mas sei que sou filho da
Baunilha e do verão,
Isso é verdade,
Que Deus os tenha.

Escrito a 04 de janeiro de 2012