sábado, 3 de novembro de 2012



Fui desmentido pelo pára-cristão...
Sei que você voltou, minha donzela...
Que ainda gritas meu nome, paixão.
E que me revolto longe de ti, na janela:
Olho a noite sem lua...

E teu corpo sem roupa, cabelos molhados
Abraçá-la com risos e pele nua...
Seremos, esta noite, os belos namorados.
Junto aos teus olhos caídos, sedutora...
Vestido rasgado, minha cigana...
Sois do meu rebanho, afável pastora
Diga logo, diga logo que me ama!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


INSTANTE SEGUIDO DE OFERENDAS

Eu quero que alguém me devolva o fumo de rolo que roubei...
Não é justo, estava no anúncio do jornal!
E eu me esqueci do papel em casa.
Flacidez do papel queimando no rosto do boneco.
Fidelidade dos augustos isqueiros talhados,
E o propósito simples de fumar.

Queimar os dedos no esperma macio do deus tarado:
Almejar alfinetes na calça do jornaleiro:
- Extra, extra; deus usa calças pantalonas
E dorme conchinha...

- Mas, eu não acredito!
Eu faço isso...!
Parcos ferimentos no fígado
E aldeído no sangue quente
Da boca do deus embriagado e inconstante
Numa sala de aula, em cima de uma banqueta de boteco...
Conversando com o compadre desentendido e fodido
De vender calças retas e de boca fina.
- Hoje não, compadre!

01 – 11 – 2012