terça-feira, 30 de abril de 2013

Cabeças de Burro (ou Homens de Ferro)

   Por Carlos Eduardo Heinig.

   Indo à livraria, por esses dias, fiquei surpreendido com uma imagem: um livro do Paulo Coelho ao lado de Liev Tolstói. Para os leitores-de-fim-de-semana pode passar despercebido. Rapidamente, retirei o Best Seller de perto do clássico. Ninguém põe caviar perto do papel higiênico sujo... Mas, por que no Brasil, os leitores gostam tanto de ler esses escritores imbecis?
   Pesquisei rigidamente os leitores dos outros países e constatei algo único: eles tinham cérebro! Temos leitores no Brasil, quando muito os que leem "Paunucuelho" - que mal sabem ler. Saem de suas escolas Paulofreirizadas, totalmente imbecis. É a pedabobogia que influenciou nossas salas de aula. Com professores que sabem menos que um aluno do quinto, da França. Os caras escrevem "quizer", "faser" e outras injúrias que vou poupar o leitor que acabou de jantar. Quando muito, fazem aula de leitura em voz alta em sala de aula: leem um texto "selecionado" no livro "selecionado" pelo governo vermelho brasileiro. Em suma, não leem nada. Os profs. não pedem para ler pica nenhuma e querem saber por que o cara escreve mal; oras, basta verem as aulas que estão dando. Aí, então... No Ensino Médio, quando estão bem imbecis... mandam os alunos, os supostos mestres, ler Guimarães Rosa ou Machado de Assis. O aluno do Ensino Médio brasileiro não consegue ler Chico Bento, quiçá escritores consagrados que nem mesmo leitores decentes são capazes de destilar. 
   Terminado o Ensino Médio, é necessário comprovar-se a imbecilização por meio de uma prova... Ah, o vestibular. Cento e poucas questões que deixam o indivíduo mais idiota do que quando entrou a pôs o nome na primeira folha. Bom, tal prova solicita uma lista de 4 ou 5 ou 6 livros para LEITURA OBRIGATÓRIA. É mais do que claro que aluno algum vai ler aqueles "extraterrestres" - e com razão. Como vai saber aquelas palavras de difíceis de grafar, de entender e de soletrar. Cadê as aulas de leitura da tia Odete? Oras, dentro dos livros do Freire... Eles vão aos famosos resumos que qualquer outro imbecil saído anteriormente dos manicômios escolares  e já imbecilizado pelas provas fez.  Como nem mesmo os corretores das provas de vestibulares leram as LEITURAS OBRIGATÓRIAS um resumo superficial está ótimo. Basta saber o nome do livro e o autor. 
   Meus caros, Paulo Coelho é um colírio para anódinos: linguagem fácil, pensamentos pseudo-intelectuais e inteligência diminuta. Tudo o que um leitor-de-fim-de-semana precisa ter. Vai à livraria e gasta 40, 50 reais em um livro que não deveria custar 5 pila na tenda de quitutes da praia. 
   E aí, então, lembro-me de um comentário que vi pelo facebook, em que vários estavam discutindo o valor intelectual do novo filme do homem-de-ferro. Ora, o mesmo valor intelectual de Paulo Freire. Só que com um gosto mais norte-americanizado, se é que me entendem. Se brasileiro não entende de livro, vai se meter a entender de cinema? Bom, de blockbuster dos EUA qualquer um entende. Até eu sirvo pra ser roteirista. Então, caro amigo Janer Cristaldo... peço-lhe encarecidamente... não perca seu valioso tempo discutindo com cabeças de burro que perderam seus corpos em vídeo-locadoras ou em sessões de auto-ajuda da livraria. Entenda, que não são todos que sabem distinguir música clássica de erudita. Muitos menos, de criticar Paulo Freire. Uma vez que ele é o "patrono" da educação brasileira. E vendo o jeito que a educação e leitura por aqui está, vejo que isso esteja mais que comprovado. 

quarta-feira, 24 de abril de 2013


SDG

SONETO I

Guardai todo medo no meu colo,
Beijais minha fronte com teu pranto,
Enxugas teus lábios envolta do meu manto,
Plácidos lábios, que todo domingo namoro.

Bebo de tua paixão, que toda manhã devoro,
E de tão pouco, devoro tanto,
Esqueço-me do teu choro, consolado de encanto,
Que nem sei mais se sou ágil ou se demoro.

Escondidos entre teus braços, avisto o paraíso,
Recompondo os velhos hábitos de pastor,
Escapo, só, escuto o rebanho do teu riso,

Não sou pois, levante, teu senhor,
Nem o mestre dos teus pentes, sou granizo,
Que quebrou as vértebras consumidas do  amor.

Carlos Eduardo Heinig.

A 23 de abril de 2013.