quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Recomendo a venda na sala 07...
Porque lá os almoços são grátis,
A estada tem edredom
E promete sopa quente.

E mais atrás, nas estantes:
Rodado de caminhão:
Uma paralisia.

Que remédios que calem
Que senhoras generosas lhe remetam.

E deduzo nas unhas, os pés
Em cima do tronco.
Rosnam os gatos de pelo curto
E pagam a entrada os senhores para as senhoras.

Cuspo faróis de caminhão...
Recomendo aninhar cortinas
E visitar cegos
Testemunhando meu agouro:
Que te amo!

14 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ESTREITO DE SAL

(Por Dionísio Odeli)


Ameacei as desordens!
Acumulei costumes e farturas
Solenidades sobre tapetes e rugas
Isso, enquanto precisei.
E fui cultuando mamutes e focas,
Esticando o braço até o ombro
Articulo os membros em teias de aranha.

Vala de água eu prendo o pé
Junto das ondas do mar,
Balançando as correntes
E desferindo golpes pra dentro do mar:
Ele me golpeia. Eu revido.
E assumo o copo de vidro:
Comando dois foros iguais.
Arrumo malas, prendo fatias de quiche:
E penso que estou sozinho.

04 - 02 - 2013.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

A DECLARAÇÃO - OU SINTONIA POR DOIS

(Por Hector Maíra)

Foi apenas uma soluço - distraia.
Ajunte os lençóis do chão
E remova as marcas do amor.
Repúdio.
Golpes violentos dados
em seus lábios
e seus olhos azuis azulados
e os cabelos alisados
pelas vértebras do pente.

E bocas à frente,
Dedilhando o rosto demente...
Enquanto te rogo e te imploro,
Põe as sandália e levantas,
Então, dei-me conta do quanto tu me encantas
A cada vez que tu vais
E que na janela choro...

Pergunto-me o porquê de tua loucura,
Agrego-me à tua saliva, ao teu hálito...
Do tudo que existia em ti que se perdeu,
Teu colo leve, perfeito na ternura...
Coberto pelo delicado pálio...
O teu grande medo, meu amor : sou eu.

03 - 02 - 2012