quarta-feira, 24 de abril de 2013


SDG

SONETO I

Guardai todo medo no meu colo,
Beijais minha fronte com teu pranto,
Enxugas teus lábios envolta do meu manto,
Plácidos lábios, que todo domingo namoro.

Bebo de tua paixão, que toda manhã devoro,
E de tão pouco, devoro tanto,
Esqueço-me do teu choro, consolado de encanto,
Que nem sei mais se sou ágil ou se demoro.

Escondidos entre teus braços, avisto o paraíso,
Recompondo os velhos hábitos de pastor,
Escapo, só, escuto o rebanho do teu riso,

Não sou pois, levante, teu senhor,
Nem o mestre dos teus pentes, sou granizo,
Que quebrou as vértebras consumidas do  amor.

Carlos Eduardo Heinig.

A 23 de abril de 2013.

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