sábado, 11 de maio de 2013

LAMAÇAL

Por Carlos Eduardo Heinig.

Enrola o abuso e a cauda lisa:
Acumula entre musgos, um prato apresentável.
Enquanto me manténs em tua bula...
Enquanto aflijo-me com máscaras,
Aprimoras os fios tintos e as lãs.

E eu não aprendo a olhar as torres,
Nem os calabouços com o mesmo tato.
Nem as ninféias, enfeites do cabelo,
Nem ossadas de avicultores.
Apenas detenho-me numa roda.

E aplaudo, aos poucos, uma rumba laica;
Uma ponte cruzada e arabescos.
Mas tu, alivias as cordas do campo
E os ferros dos monastérios.
Um lodo entre os pés e plantas.

E da pluma, que sorve a samambaia
Atirada entre encostas vazias e cruas...
Inclino-me na sacada, esperando os morcegos
Que vem da eclusa e do povoado:
Admiro os lábios crus seus e deito nas tábuas corridas.
 
11 DE MAIO DE 2013.

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