O APITO DE ODELI
Quero anunciar meu fracasso!
Quero assoprar meu apito aos
cachorros...
Eles.
Escrever em papéis avulsos que se
perdem
E ignorar os cadernos...
Incinerar os flancos
E abominar as rasas...
Porque as rasas afogam os
cachorros:
Eis a coleira...
A coleira de ramo de louro!
Que abdicar do apito aos cães
Porque o sólido se desfaz
Em colunas altas e retorcidas
Pena que os cães não olham para
cima
E se deitam abaixo das colunas
Sem ver as abóbadas...
Estouro o flavor do ar com o
apito
Que ecoa nas abóbadas, no
silêncio...
Quero anunciar meu fracasso:
Ajuntei cães cegos embaixo da
abóbada
Que não entendem meu apito...
Soltei-os e eles latem para mim
Que pena!!!
Não ouvem nem seus latidos
E tomo café cremoso:
Expulso do lar as pulgas dos cães
surdos.
E penduro em seus pescoços o apito...
Que tentam arrancar e desmerecer.
Quero lamentar meu fracasso:
Sou um péssimo treinador de cães!
28 – 12 – 2012
(Por Dionísio Odeli)
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