sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A JAZIDA DE LIMÃO

(Carlos Eduardo Heinig)


Tu que foste minha caricatura por tantos anos,
Por que me dispensar agora?
Por que desfazer a inimizade?
E laçar os peixes com favas de baunilha.
Não te entendo...

Abençoa os clipes de papel 
E dê aos mendigos para eles,
Para que afaguem um metal vil.
O metal dos meus estômagos
Espalhados pelos dedos.

Tu foste minha amora...
Te mordi e os lábios logo vermelhos
Foram frapês de amianto.
E caucasianos azedos
Nos guetos estendidos por brita
A brita fresca dos teus peitos,
E os cânceres dos teus brincos.


14 de setembro de 2012.




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